Weverton renegado, Brandão e Flávio no V do “vamo junto”

 

Ao declarar sua preferência para que o vice seja candidato do seu grupo político a governador em 2022, Flávio Dino fez apenas o óbvio e surpreendeu um total de “zero pessoas”.

Para além das conjecturas feitas em torno da já esperada declaração, uma outra se faz necessária: Flávio está pensando apenas na própria eleição.

Ao meter os pés pelas mãos na condução política de um grupo que hoje sequer pode chamar de seu, o atual governador do Maranhão precisou fazer um cálculo do menor risco político-pessoal entre escolher Weverton Rocha (PDT) ou Carlos Brandão (PSDB) – ou outro – como seu candidato, SEU e não do grupo político em seu entorno. Portanto, todo o resto foi jogo de cena para fazer parecer que estava cumprindo com o compromisso de escolha democrática.

Dino não está muito preocupado se é Brandão ou Weverton – ou mesmo um terceiro nome – quem vai ser eleito governador em 2022, contanto que ele seja eleito senador. E o cálculo é que declarar apoio a Brandão torna o caminho menos difícil, afinal, em abril o vice assume a cadeira número 1 do Palácio dos Leões, e Flávio será apenas “mais um” na luta por um mandato. Não seria nada bom declarar apoio a Weverton e ter a insatisfação do governador Brandão. Flávio vai sair do comando da máquina e não quer a máquina contra ele. Melhor continuar embarcado. Ao declarar apoio a Brandão corre menos riscos, avalia, do que declarar apoio a outro nome.

O problema nesse cálculo é que se Weverton deslanchar para o governo, vai carregar consigo seu candidato – ou candidata – ao senado, que pode não ser Flávio. Há risco de todos os lados, mas Dino avalia ser menor com Brandão, pois aposta na força da máquina.