Os municípios de São Luís, Caxias e Timon participam do “Monitoramento entomológico em áreas com utilização de coleiras impregnadas com deltametrina”, com foco no combate e controle à leishmaniose visceral (calazar). A implementação da pesquisa vem sendo realizada em oito municípios brasileiros, sendo três no Maranhão. A Secretaria de Estado da Saúde (SES), por meio do Departamento de Controle de Zoonose, iniciou, nesta terça-feira (10), uma etapa de coleta de dados, na Cidade Olímpica, na capital maranhense.

Com a coordenação do Departamento de Controle de Zoonoses da SES, por meio do Programa de Vigilância e Controle das Leishmanioses, a ação, realizada na região do entorno do Centro de Saúde Cidade Olímpica II (Maria Ayrecilla), no bairro Cidade Olímpica, atua como ferramenta de controle de Leishmaniose Visceral (calazar) na implementação de pesquisa.

“As ações realizadas têm como principal ênfase a educação e saúde, incluindo treinamento de profissionais em todas as regionais do estado. Nessas ocasiões, observamos a importância da prescrição dos tratamentos feitos para a doença e como eles devem ser feitos, o que implica também nas técnicas de captura dos mosquitos, de forma que possamos saber se estão parasitados ou não, contribuindo na elaboração de estratégias de controle”, disse a chefe do Departamento de Controle de Zoonoses do Estado, Zulmira Batista.

A coordenadora do Programa de Vigilância e Controle das Leishmanioses da SES, Monique Maia, disse que os três municípios maranhenses ajudarão a desenvolver o estudo que terá duração de 30 meses. “A ideia, enquanto a ação estiver em execução, é saber o impacto do encoleiramento em massa sobre os vetores transmissores das leishmanioses”, afirmou.

Na Cidade Olímpica, os técnicos visitaram 20 endereços identificados possível foco do mosquito transmissor do calazar. Nos domicílios foram instaladas duas câmaras para captura do mosquito, uma na entrada e outra no quintal. O monitoramento tem duração de um mês e após esse período os técnicos deverão retornar à residência para coleta e estudo do material. E assim, caso necessário, fazer o uso do encoleiramento dos animais.

As visitas também oportunizaram o diálogo com os moradores sobre a manutenção das medidas preventivas, a importância de ambientes limpos, o descarte correto do lixo, bem como medidas para evitar a exposição dos pets em horários com maior incidência de manifestação do mosquito.

De acordo com o pesquisador da Universidade de São Paulo, Fredy Galvis Ovallos, presente na ação, o monitoramento aliado ao encoleiramento contribui para redução de casos humanos e caninos da doença. “Os dados que estamos coletando servirão para a vigilância entomológica auxiliar os gestores para aprimorar as ações de enfrentamento, e, posteriormente, ampliar para outras localidades. Assim será possível saber a incidência de casos no local ajudando a comunidade como um todo”, disse.

A Moradora da Cidade Olímpica Kelma Mendes, de 45 anos, aposta que a ação pode ajudar na redução da incidência do mosquito. “Vai ser um benefício tanto para mim e meus filhos. Nós temos um cachorro, mas ele pouco fica dentro de casa, e como cuidamos bem isso impede que ele fique doente”, explicou.

A estratégia, alusiva à “Semana Nacional de Combate e Controle à Leishmaniose”, será realizada até quinta-feira (11), com foco no treinamento de técnicos em saúde pública para a prevenção e controle do Calazar dos municípios de São Luís, Caxias e Timon.

Calazar

A Leishmaniose Visceral (LV), popularmente conhecida por calazar, é uma doença infecciosa, não contagiosa, causada por parasitas que vivem e se multiplicam no interior das células do sistema de defesa do hospedeiro. A forma de transmissão é por meio da picada do mosquito-palha ou birigui (Lutzomyia longipalpis).