O pré-candidato ao governo do estado pelo PSOL, Enilton Rodrigues, foi candidato a vereador do município de Arame nas últimas eleições e controlou o recurso do fundo eleitoral do partido na cidade. Enilton teve 209 votos e gastou R$ 27.351,01. Até aí tudo normal. Ele gastou quase tudo, R$24.371, com a empresa Alessandro e A. Sousa Eireli.

Mas o problema é que existem fortes indícios de uma prática que tem sido muito combatida pela justiça eleitoral: o uso de candidaturas laranjas para amoldar à quota de candidaturas femininas e a desvirtuação do uso do recurso do fundo eleitoral, que é dinheiro público.

Chamam atenção duas candidaturas para vereadora de Arame.

A Professora Sonalia teve somente 4 votos. Ela recebeu R$11.116,86 e o dinheiro foi gasto também todo na mesma empresa: Alessandro e A. Sousa Eireli. A empresa de Buriticupu praticamente abocanhou todo o recurso do PSOL de Arame. Cada voto custou mais de R$ 2,7 mil. É um dos votos mais caros do Brasil.

Já a candidata Lúcia da Pedra Preta obteve 5 votos. Ela recebeu R$8.028,84 e gastou praticamente todo o dinheiro em uma empresa de malharia. A mesma que forneceu vestuários para Enilton e as demais candidaturas do PSOL.

É de se estranhar que candidaturas que tiveram tamanho investimento de campanha não tenham obtido pelo menos uns 50 votos cada. Fica clara a prática de candidatura laranja.

Os candidatos laranjas são, em sua maioria, mulheres usadas para preencher a cota mínima de 30% do sexo feminino, prevista no § 3º do artigo 10 da Lei 9.504/97. Elas se candidatam formalmente, mas na realidade não fazem campanha, nem se lançam à população com o intuito de angariar votos. A prática é considerada fraude eleitoral, e cada vez mais vem sendo rigorosamente punida pela Justiça Eleitoral. O TSE tem entendimento de que, em se confirmando a prática, a chapa toda deve ser cassada, além das penas pelos crimes de desvio do recurso público destinado para campanha eleitoral.

Por Verdade98