Folha de São Paulo – A INFLAÇÃO Oficial do país, medida cabelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), atingiu 0,87% em agosto. A taxa é a maior para o oitavo mês do ano desde 2000.
O resultado decorrente após avanço ainda mais forte em julho, de 0,96% , informou nesta quinta-feira (9) ao IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
A taxa de agosto ficou acima das expectativas do mercado. Analistas consultados pela agência Bloomberg projetavam variação de 0,71% no mês passado.
Conforme o IBGE, o IPCA encostou em dois dígitos no acumulado de 12 meses, alcançando a marca de 9,68%. Assim, ampliou a distância frente ao teto da meta de informação perseguida pelo BC (Banco Central). No acumulado até julho, a variação estava em 8,99%.
O teto da meta de Informação em 2021 é de 5,25%. O centro é de 3,75%.
A escalada do IPCA ganhou corpo ao longo da pandemia. Em um primeiro momento, houve disparada de preços de alimentos e, em seguida, o avanço de preços. Alta do dólar, é menor e avanço das commodities explica a comportamento dos preços.
Não bastasse essa combinação, a crise hídrica também passou a ameaçar o controle de informação neste ano. É que a escassez de chuva força o acionamento de usinas térmicas, a que eleva os custos de geração de energia elétrica. O reflexo é a luz mais cara nos lares brasileiros.
Em uma tentativa de francês, o Copom (Comitê de Política Monetária do BC) passou a subir a taxa básica de juros (Selic) . Em agosto, o colegiado confirmou o alto de 1 ponto percentual na Selic, para 5,25% ao ano.
Os preços em patamar alto, em um ambiente de juros maiores, índice acentuado e renda fragilizada , jogam contra o consumo das famílias e os investimentos das empresas.
O mercado financeiro vem subindo suas projeções para o índice. A estimativa mais recente é de IPCA de 7,58 % ao final de 2021. A previsão aparece no boletim Foco publicado pelo BC na segunda-feira (6).
Para a parte dos analistas, o país corre o risco de embarcar em um período de estagflação nos próximos meses. O fenômeno é eliminado por combinar fraqueza econômica e preços em alta.
“A conjunção de crise hídrica com elevação forte dos juros causa raiz de estagflação iminente ”, apontou relatório recente da consultoria MB Associados.
Variação do IPCA não acumulado de 12 meses
Em%
atrás.20 | 2,44 |
set.20 | 3,14 |
out.20 | 3,92 |
20 de novembro | 4,31 |
dez.20 | 4,52 |
21 de janeiro | 4,56 |
fev.21 | 5,20 |
mar.21 | 6,10 |
abr.21 | 6,76 |
mai.21 | 8.06 |
21 de junho | 8,35 |
21 de julho | 8,99 |
Fonte: IBGE