A Polícia Militar do Maranhão prendeu de maneira truculenta duas lideranças atingidas em Aurizona: Maria Aldineia e Maria Valdiene. Neste domingo (25), completou um mês do rompimento da barragem da empresa Equinox Gold em Godofredo Viana.

Os atingidos protestavam na principal estrada de acesso ao distrito, para exigir que a mineradora Equinox Gold retornasse o abastecimento de água mineral para toda a população.

No vídeo, fica evidente que os polícias prenderam injustamente Maria Aldineia e Maria Valdiene que estavam protestando para ter água de qualidade para sua comunidade.

O rompimento da barragem secundária da Equinox Gold, em Godofredo Viana, Maranhão, que resultou na contaminação do reservatório juiz de fora, principal reservatório de água potável, que abastecia uma população de 4 mil pessoas do distrito de Aurizona, além de graves impactos ao meio ambiente.

Este é mais um grave crime socioambiental cometido pelas mineradoras estrangeiras em nosso país que não pode seguir impune. Para que esse crime não seja esquecido, será realizado um ato simbólico em caráter de denúncia na capital São Luís-MA, neste domingo (25) na feira da COHAB, às 8 horas da manhã.

O desastre é ainda maior em consideração a contaminação de minério deste tipo em corpos híbridos, podendo acarretar em uma série de impactos sociais e ambientais na vida da população, aumentando ainda mais o número de atingidos indiretamente.

O Movimento dos Atingidos por Barragens tem uma longa história de resistência, lutas e conquistas. Nasceu na década de 1980, por meio de experiências de organização local e regional, enfrentando ameaças e agressões sofridas na implantação de projetos de hidrelétricas. Mais tarde, se transformou em organização nacional e, hoje, além de fazer a luta pelos direitos dos atingidos, reivindica um Projeto Energético Popular para mudar pela raiz todas as estruturas injustas desta sociedade.